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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pintura em movimento

   A última aula de Laboratório não saiu como o planejado, mas ainda assim foi muito divertida e dinâmica. Acredito que uma experiência única para muitos.
   Alguns paineis de papel foram colocados no chão, e a turma dividida em grupos. A professora colocou algumas músicas, e a pintura do painel deveria seguir o ritmo das músicas. Não foi uma atividade fácil, já que as músicas não continham muito ritmo, mas com um pouco de prática a pintura fluiu.


   "Prefiro atacar a tela não esticada, na parede ou no chão... no chão fico mais à vontade. Me sinto mais próximo, mais uma parte da pintura, já que desse modo posso andar em volta dela, trabalhar dos quatro lados, e literalmente estar na pintura... Quando estou em minha pintura, não tenho consciência do que estou fazendo". Estas palavras do pintor norte-americano Jackson Pollock (1912-1956), em 1947, definem de modo sintético os traços essenciais de sua técnica e estilo de pintura, batizado de 'action paiting'. . Pollock estira a tela sobre o solo e nesse momento rompe com a pintura de cavalete. Sobre ela, a tinta - metálica ou esmalte - é gotejada e/ou atirada com "paus, trolhas ou facas", ao ritmo do gesto do artista. O pintor gira sobre o quadro, como se dançasse, subvertendo a imagem do artista contemplativo - ele é parte da pintura - e mesmo a do técnico ou desenhista industrial que realiza o trabalho de acordo com um projeto prévio. A pintura é concebida como fruto de uma relação corporal do artista com a pintura, resultado do encontro entre o gesto do artista e o material. "Antes da ação", diz Pollock, não há nada: nem um sujeito, nem um objeto. Descarta também a noção de composição, ancorada na identificação de pontos focais na tela e de partes relacionadas. O tratamento uniforme da superfície da tela e o abandono de idéias tradicionais de composição - por exemplo a de que a obra deva  possuir um centro - leva a que tal pintura seja denominada de all-over pelo crítico norte-americano Clement Greenberg.




Esse é um trecho do filme "Pollock", feito em 2000, que ilustra com exatidão a arte da pintura em movimento:

"Quero expressar meus sentimentos mais do que ilustra-los... Eu posso controlar o fluir da tinta. Não há acaso, assim como não há começo nem fim" 

Jackson Pollock

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